Rieu

05/02/2017

Beshalach: Transcendendo o Fugir ou Lutar


Beshalach: Transcendendo o Fugir ou Lutar

Na dúvida, não faças nada. Deixa que a situação à tua volta evolua".

Isto é algo que o meu falecido marido, Rav Berg, dizia com frequência. Vemos este conceito ilustrado em muitos pontos de viragem ao longo da Bíblia, incluindo na porção desta semana, Beshalach - mais famosa, talvez, pela abertura do Mar Vermelho. No Kabbalah Centre consideramos que esta deve ser uma das conexões do Shabbat mais importantes, uma vez que contém os 72 Nomes de Deus, a ferramenta através da qual Moisés foi capaz de separar as águas para que o povo escapasse em segurança do exército do Faraó.
Quando os Israelitas se viram frente ao Mar Vermelho com o Faraó e o seu exército atacando, na retaguarda, a nação teve que fazer uma escolha. O Zohar revela que houve quatro tipos de reações das pessoas. O primeiro grupo disse "Vamos saltar para o mar. Estamos acabados, de qualquer forma". O segundo grupo disse "Vamos voltar a atrás e render-nos". O terceiro grupo disse "Temos de lutar!" A opção do quarto grupo veio do próprio Moisés, que disse: "Deixemos que o Criador opere as suas maravilhas por nós".

As primeiras três são as reações mais comuns que vivemos quando enfrentamos o nosso próprio Mar Vermelho, um desafio que parece simplesmente insuperável. O nosso primeiro instinto é, bastas vezes, desistir, voltar atrás, ou uma mistura de tudo isto.

O que os Israelitas estavam a passar é algo a que hoje nos referimos como a Síndrome do Foge ou Luta.

É da natureza humana, de verdade.Temos o instinto primitivo da sobrevivência e esse instinto diz-nos que temos de controlar os outros ou o resultado das situações. "Foge ou Luta" pode assumir diferentes formas, pode surgir como raiva, violência, culpa, rendição, retirada ou conformismo, só para nomear algumas.

No entanto, existe uma terceira opção, que transcende o fugir ou lutar: Certeza.

Precisamos dos nossos instintos de sobrevivência. Eles ajudam-nos. Não é suposto sermos passivos, mas nos momentos mais árduos da vida, existe uma grande diferença entre estar quieto e não fazer nada. Ficar tranquilo na certeza e na paz por entre o caos e a confusão, permitindo que as circunstâncias evoluam até que inevitavelmente tenhamos uma visão mais clara, é o oposto de não fazer nada.

Ao enfrentarmos o impossível, em vez de controlarmos as coisas pode ser uma oportunidade para que de forma consciente e ciente abramos mão. É tão fácil entrar nos jogos mentais ao primeiro sinal de problemas, raciocinando "Isto é terrível! Tenho que encontrar uma saída! Tenho que arranjar um meio de ganhar! Tenho que controlar a situação!" No entanto, se tivermos a certeza que toda a circunstância em que nos encontramos vem do Criador e que por isso não pode ser mau, tem que haver um motivo. Deve haver uma lição a aprender.. E talvez a lição seja apenas, confiar!

Este é o poder que os 72 Nomes de Deus nos podem dar nessas horas negras: a consciência da certeza, para que transcendamos os nosso instintos primários.

Através da leitura da porção desta semana e da meditação nestas lindas combinações de três letras, podemos encontrar quietude nas nossas contendas, de atravessar calma e pacificamente o nosso próprio Mar Vermelho, permitindo que o Criador opere as suas maravilhas por nós.

Para cada cenário difícil há uma escolha a que somos convocados: escolher a jornada espiritual de ter Certeza, em detrimento da jornada terrena de buscar o controlo.

Esta semana, deixa que a quietude seja o teu Verdadeiro Norte.

Desejo uma semana abençoada

Karen

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