Autor: Rayder Bragon (UOL)
Pesquisa cientifica
realizada por núcleo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) concluiu
que informações contidas em lote de cartas psicografadas pelo médium Chico
Xavier, morto em 2002, eram verídicas.
Ao todo, foram analisadas
treze cartas atribuídas a Jair Presente, morto por afogamento em 1974, na
cidade de Americana (SP). As correspondências começaram a ser psicografadas
pelo médium ainda no ano da morte de Parente e prosseguiram até 1979.
Conforme o psiquiatra
Alexander Moreira-Almeida, diretor do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e
Saúde (NUPES-UFJF), o estudo teve início em 2011 e foi feito em parceria com o
Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a
partir do pós-doutorado dos pesquisadores Denise Paraná e Alexandre Rocha.
O resultado, de acordo com o
pesquisador, foi publicado em setembro deste ano pela revista científica
Explore, editada na Holanda.
O interesse para desenvolver
a pesquisa, explica Almeida, foi a relevância dada no país às cartas psicografadas.
"A motivação foi a
importância que as chamadas cartas psicografadas têm no Brasil e a falta de
estudos acadêmicos a respeito delas. Sabe-se que pessoas enlutadas podem
aceitar, como sendo reais e precisas, cartas que contêm apenas informações
genéricas", afirmou o pesquisador.
Segundo ele, o estudo
comprovou que os dados colhidos nas cartas atribuídas a Presente eram críveis.
"As informações
comunicadas nas cartas eram precisas (nomes, datas e descrições de fatos
acontecidos na vida da família) e verídicas (nenhuma informação comunicada nas
cartas estava incorreta ou era falsa)", afirmou Almeida em entrevista ao
UOL por e-mail.
O pesquisador informou que a
análise foi feita nas cartas originais, das quais foram extraídas 99
informações objetivas e passíveis de verificação.
"Familiares e amigos de
Jair Presente foram entrevistados, documentos como jornais de época foram
checados, além de escritos do Jair Presente e registros em cartórios",
disse.
Conforme Moreira, o intuito
era comprovar se Chico Xavier poderia ter tido acesso a essas informações por
meios convencionais e se as cartas continham dados verídicos e específicos em
relação ao falecido.
"A probabilidade de
Chico Xavier ter tido acesso a grande parte destas informações por vias convencionais
era extremamente remota. Em vários casos, eram informações muito privativas da
família e, em algumas delas, até desconhecidas dos familiares que visitaram
Chico Xavier para obter as cartas psicografadas", afirmou.
O pesquisador citou como
exemplo o falecimento da madrinha da mãe de Presente, "fato que ainda não
era do conhecimento da família", descreveu Almeida.
Médiuns em atividade
O psiquiatra Alexander
Moreira-Almeida informou que o resultado de outro lote de cartas psicografadas
por Chico Xavier, também investigado por Denise Paraná e Alexandre Rocha, será
publicado em breve. Ele adiantou que o núcleo dará início a pesquisas com
médiuns em atividade.
"Assim teremos maior
possibilidade de um controle experimental do vazamento das informações para o
médium. Seu desenho metodológico nos permitirá investigar um número bastante
significativo de médiuns em atividade", disse.
FONTE: GRUPO VIDAS PASSADAS
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