Rieu

28/03/2015

Tome As Rédeas Da Sua Felicidade

Assuma um compromisso com você mesmo e alcance a satisfação afetiva

 Os solteiros se queixam da solidão. Os casados reclamam da falta de liberdade. Os "enrolados" reclamam da insegurança. Todos reclamam de decepções e dificuldades. Afinal, dá para ficar satisfeito no amor?
O fato de reclamarmos, seja qual for o tipo de relação que estejamos vivendo, nos leva uma inevitável constatação: não é a situação afetiva que cria aflições, somos nós mesmos.
A vida afetiva é, acima de tudo, um compromisso consigo mesmo. Solteiros, cuidamos de nós mesmos, do casamento interno entre nossas energias masculinas e femininas. Ao nos relacionarmos com outra pessoa, passamos a ter de lidar com mais um compromissso, o casamento de nosso casal interno com o casal interno do outro. Assim, fica claro o quanto é importante sabermos lidar com nosso relacionamento interno para então lidarmos com o relacionamento a dois.
Devemos assumir essa responsabilidade não por uma obrigação ou expectativa, mas por amor a nós mesmo. Relacionamentos iniciados pela carência, por ilusões criadas em nossa cabeça ou pela expectativa dos outros são frágeis. Atraímos situações e parceiros com base nessa energia e a afetividade é construída nessa essência. Isso é algo tão sutil que geralmente não percebemos. E quando os problemas começam a acontecer, não identificamos sua origem, e ficamos lidando apenas com seus reflexos. Consideramos o relacionamento difícil, o outro complicado e não mergulhamos até a raiz da situação: nós mesmos."Consideramos o relacionamento difícil, o outro complicado e não mergulhamos até a raiz da situação: nós mesmos."
É comum, por exemplo, a mulher reclamar que seu companheiro não é carinhoso o suficiente. Mas será que ela não tem um problema de autoestima que a faz demandar demasiadamente estímulos do seu parceiro para se sentir amada? O homem, por sua vez, reclama que a mulher é carente demais e por isso sente-se sufocado. Mas será que ele para e reavalia como ele está demonstrando seu amor à sua companheira e se sua postura realmente pode ser mais afetuosa?

QUEM ESTÁ SOLTEIRO
Estar solteiro é uma oportunidade de aprender a lidar com você mesmo, aprender a identificar suas preferências, seus limites, suas fraquezas e, principalmente, preencher o vazio interno. Assim, é possível libertar-se do apego e da dependência de um parceiro. Um relacionamento nessa vibração se concretiza pelo medo da perda, gerando necessidade de controle, ciúmes e situações de abuso. Portanto, assuma o compromisso de amor com você mesmo, aprofunde-se nesse relacionamento interno. Aprenda a viver a paixão, o amor, as brigas e desentendimentos de você com você mesmo. Aprenda a lidar com o orgulho, com a solidão e a rejeição. Dessa maneira, estará preparado para viver de maneira saudável seus relacionamentos afetivos com o outro.

QUEM VIVE UM RELACIONAMENTO
Experimentar o relacionamento a dois é uma lição mais ampla, mas também mais trabalhosa. Ao relacionar-se com o outro é fácil perder o foco em si mesmo. Primeiro porque os limites tornam-se menos definidos e de certo modo se misturam as identidades. E se o foco fica majoritariamente no(a) parceiro(a), você perde-se a si mesmo de vista, gerando desequilíbrio e insatisfação no relacionamento. Mas mesmo como casal é possível manter o compromisso individual. Dessa forma, cada um honra primeiro as suas próprias necessidades. Depois, avalia e resolve internamente suas questões antes de projetá-las lá fora. Com os próprios limites definidos, cada qual assume sua responsabilidade na situação e, ao buscar uma resolução, compartilha a situação ao invés de culpar o outro.
Ao assumir o compromisso de amor com você mesmo, dá o primeiro passo para assumir o compromisso de amor com seu(ua) parceiro(a). O interessante no exercício a dois é que o outro atua como um espelho para você. O comportamento do(a) companheiro(a) lhe mostra como você se coloca no relacionamento, e portanto como lida com sua própria identidade.
Não importa se estamos solteiros, enrolados, namorando ou casados. Uma vez comprometidos em reconhecer e aceitarmos a nossa identidade e sermos nós mesmos, criamos as bases para uma vida afetiva solida e verdadeira, satisfatória e plena. Desenvolvemos uma energia de compromisso, responsabilidade e autonomia.

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 SOBRE O AUTOR:CECI AKAMATSU
Terapeuta acquântica, faz atendimentos presenciais no Rio de Janeiro, em São Paulo e à distância. É a autora do livro Para que o Amor Aconteça, da Coleção Personare. 
Revista PERSONARE

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