Primeiro artigo da série de Geobiologia aborda ciclos do sono
Nesta sexta-feira (14) é o Dia Mundial do
Sono. E quando pensamos em nossa saúde, é importante conhecermos os ambientes
em que vivemos e identificarmos seus pontos fracos e fortes, de modo a
torná-los mais saudáveis. Para a Geobiologia, o quarto de dormir é o cômodo
mais importante da casa. Afinal, é ali que passamos a maior parte de nossas
vidas (em média 8h diárias, que costuma ser a duração de uma noite de sono). É
também no quarto que nos regeneramos e recuperamos nossas forças. É por isso
que devemos cuidar para que esse ambiente seja o mais saudável possível.
Mas o que
significa ter uma boa noite de sono? Dormir o tempo suficiente para
recuperarmos nossas energias? Dormir em ambiente silencioso? Dormir em cômodo
livre de toxinas? Dormir em área protegida de campos eletromagnéticos? As
respostas serão reveladas em uma série de matérias publicadas sobre o tema.
Neste primeiro artigo, você poderá saber mais sobre o próprio sono e como ele
se processa.
Sono é dividido em dois ciclos
O corpo
humano, assim como o organismo de outros animais, obedece a ciclos da natureza,
como o de "claro-escuro", por exemplo. À noite, ao chegarmos a nossas
casas, após um longo dia de trabalho ou estudo, ainda temos longas horas de
divertimento - ou ainda mais trabalho e estudo - à luz de lâmpadas elétricas e
estimulados por aparelhos como a televisão, o computador ou o videogame. Mas o
nosso corpo reconhece estar na fase escura do ciclo - afinal, já é noite! - e
começa a se preparar para dormir. O problema é que muitas vezes nos esquecemos
disso, devido às facilidades proporcionadas pela luz elétrica.
E o ciclo
completo do sono é composto de dois estágios:
- Não-REM
- REM (sigla
que, em inglês, significa Rapid Eye Movement - Movimento Rápido dos Olhos)
O sono tem
início no primeiro estágio, chamado "Não-REM", que se caracteriza
inicialmente por um sono leve. Nesta fase, ocorre a sonolência e a sensação de
pálpebras pesadas, isto é, de olhos que começam a fechar por causa do cansaço
do corpo, indicando que o cérebro está desacelerando, reduzindo a frequência
das ondas cerebrais e relaxando os músculos. Mas ainda é fácil despertar ao som
de ruídos. Em seguida, ocorrem rápidas descargas elétricas, que são como
pequenos raios de chuva dentro do cérebro - nesse caso, a quantidade de
eletricidade acumulada em uma região migra com rapidez para outra, se
assemelhando muito a um relâmpago, fazendo uma descarga elétrica dentro do
cérebro. Isso significa que o corpo já está mais relaxado e torna-se mais
difícil acordar repentinamente.
É na segunda
etapa do estágio Não-REM, o sono de ondas lentas, que o ato de dormir torna-se
mais profundo. As ondas cerebrais e o ritmo da respiração ficam cada vez mais
lentos, há diminuição dos batimentos cardíacos e os ruídos já não são capazes
de despertar o corpo tão facilmente. A etapa do sono de ondas lentas é
considerada a mais reparadora, porque nela é produzido o hormônio do crescimento,
pela glândula hipófise, que está associado à multiplicação celular e à
restauração dos órgãos."A etapa do sono de ondas lentas é
considerada a mais reparadora, porque nela é produzido o hormônio do
crescimento, pela glândula hipófise, que está associado à multiplicação celular
e à restauração dos órgãos."
Em seguida,
ocorre o estágio REM. Essa fase é também chamada de sono paradoxal, e nela a
maior parte dos músculos do corpo encontra-se paralisada. É nesse período que
ocorrem os sonhos. Devido a sua intensa atividade cerebral, o sono REM está
associado à recuperação das funções cognitivas, bem como ao armazenamento e à
consolidação de memórias.
Hormônio produzido durante o sono faz bem para a saúde
É importante
lembrar, também, que há processos fisiológicos que ocorrem durante a noite e
que influenciam o ciclo do sono, como a produção e a liberação de melatonina -
hormônio secretado pela glândula pineal, que fica situada na base do cérebro.
Essa substância é produzida apenas à noite e, nos seres humanos, funciona como
um relógio biológico, controlando o sono. Além disso, atua nos sistemas
imunológico, hormonal e nervoso, o que lhe permite funcionar como maestrina do
organismo, sincronizando diversas de suas funções. Pesquisas da década de 1990
demonstraram, também, que a melatonina pode atenuar inflamações e auxiliar no
controle de lesões crônicas.
Se
refletirmos sobre o ciclo completo do sono, perceberemos que o primeiro estágio
(Não-REM) está ligado à recuperação do físico. Por sua vez, o segundo estágio
(REM) tem a ver com o revigoramento da mente. Cuidar para que tenhamos uma boa
noite de sono é, portanto, zelar por nossa saúde.
* Com a colaboração da pesquisadora e doutora em
Ciências Sociais, Mirian Oliveira.
FONTE: PERSONARE
AUTOR:: Allan Lopes (Geobiólogo, autor do projeto
Geosounds - Melodias para a Terra, fundador da empresa casa Saudável e
presidente do Instituto Brasileiro de Geobiologia)
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