Rieu

10/02/2019

Levantar de novo



           Levantar de novo


Somos seres humanos, mas talvez, dizendo mais precisamente, estamos a tornar-nos seres humanos. Não nascemos perfeitos e o Criador não pretende que nos tornemos perfeitos. O Criador sabe que na vida vamos cometer erros e vamos cair. Tal como quando uma criança aprende a andar, cair faz parte do processo. Nunca devemos ter medo de erros. A experiência humana é construída sobre o facto de que vamos cometê-los.
Tal como o Inverno leva à Primavera, as nossas quedas levam à nossa elevação. A cada exalação, segue-se uma inalação. A noite vai sempre preceder o dia. Este é o sistema que o Criador fez para nós, e nunca devemos ter vergonha de fazer parte dele. Nascemos para cometer erros. Também nascemos para aprender com eles, a fim de continuar a chegar cada vez mais alto no nosso caminho espiritual, a tornarmo-nos mais sábios e melhores.

Esta semana, o cosmos oferece-nos a sabedoria de conhecer e aceitar os nossos erros, e a força para nos erguermos depois de cair. É-nos dado o amor que nos fortalece para nos levantarmos e prosseguir a nossa viagem. É-nos enviada esta semana a clareza para entender que os nossos erros são uma parte da vida. Somos abençoados com o amor próprio e as perspectivas positivas necessárias para nos levantarmos e erguermos de novo.

A nossa porção para nos ajudar na nossa jornada esta semana é a porção de Ki Tisa. Moisés esteve com o Criador durante 40 dias e 40 noites, recebendo as tábuas de pedra que continham a relação espiritual entre os israelitas e o Criador. Os israelitas, tendo acabado de alcançar e obter o nível de imortalidade, esperavam há 40 dias pelo regresso de Moisés. Tendo calculado mal o tempo, os israelitas assumiram que Moisés os tinha abandonado e entraram em pânico. Num acto aparentemente inacreditável, decidiram num momento de precipitação renunciar à sua promessa de seguir o Criador e, em vez disso, criaram um ídolo para adorar e usar como a sua nova conexão.

O Criador e Moisés ficaram cientes disso, e quando Moisés finalmente desceu a montanha, com as Tábuas na mão, deu com os israelitas a adorar o seu novo Deus, a que chamaram o bezerro de ouro. Eles chegaram ao ponto de declarar que tinha sido este ídolo quem os tinha libertado do Egipto! Como tinham agora diminuído a sua conexão com o Criador e Moisés, os israelitas caíram espiritualmente. Perderam a sua conexão com a imortalidade e com o Criador.

No momento do regresso de Moisés, as Tábuas partiram-se. As pessoas perceberam rapidamente o seu erro. Quando viram que Moisés tinha regressado, perceberam que não os tinha abandonado. Os israelitas deram uma grande queda, tal como nós podemos dar, também. Moisés orou pelos israelitas. As Tábuas e todo o acordo espiritual que fizeram com o Criador estavam literalmente quebrados.

Mas, tal como nas nossas vidas, os erros são uma parte do processo e o Criador vai sempre abraçar-nos e amar-nos. O Criador instruiu Moisés a regressar à montanha, restabelecer a conexão, receber um segundo conjunto de tábuas e voltar para os israelitas. Quando Moisés regressou da montanha pela segunda vez, com um segundo conjunto de Tábuas, o seu rosto estava radiante e ele precisou de se velar perante os israelitas. Então disse-lhes as palavras do Criador. Os israelitas tinham caído, mas foram capazes de ascender novamente até um nível ainda mais elevado.

Esta semana, a lua fica cheia em Peixes. O mais elevado nível de amor e misericórdia banha o Universo. Nunca devemos criticar-nos a nós mesmos pelos nossos erros. Ninguém neste mundo é perfeito. Somos todos filhos imperfeitos do Criador, simplesmente a aprender a andar. Não é necessário julgarmo-nos, nem julgar os outros. Desenvolver um amor próprio que entenda os erros, permitir-nos-á amar mais os outros também. Somos na verdade apenas espelhos uns dos outros. Se olharmos suficientemente de perto, vamos descobrir que o que sentimos sobre o outro é muitas vezes o que sentimos sobre nós mesmos. O primeiro passo para acolher as pessoas nas nossas vidas e nos nossos corações é nutrir e amar-nos a nós mesmos. Não há problema em cometer erros. Ama-te além disso, porque o Criador ama-te. Ama-te a ti mesmo porque os erros são necessários para aprendermos. É então que somos capazes de tomar este amor e dá-lo aos que nos rodeiam.

Quando olhamos para este mundo, nunca vemos realmente as pessoas, na realidade só nos vemos a nós próprios. Quando nos amamos a nós mesmos, somos capazes de amar o outro. Quando somos gentis com nós mesmos, podemos ser gentis com os outros. Muitas vezes, porém, é muito difícil amar e perdoarmo-nos. Às vezes, a culpa ou vergonha é muito forte. É nestes momentos que aprendemos que o que não podemos fazer por nós, podemos fazer por outro. A vida vai proporcionar muitas oportunidades para dar, compartilhar e perdoar os outros. É nestes casos que somos realmente capazes de nos ajudar mais. Porque quando damos amor ao outro, estamos realmente a dar amor a nós próprios. Quando canalizamos para o outro a misericórdia e a aceitação do Criador, estamos a canalizar a mesma misericórdia para nós mesmos.

Esta semana, nas nossas meditações, curamos os nossos espíritos com amor. Anote num pedaço de papel todos os erros a que esteja ainda agarrado. Anote qualquer culpa que possa sentir. Quando acabar a lista, destrua-a. Rasgue-a. Dê-se a si mesmo o amor para avançar e erguer-se novamente. Não podemos permitir que os erros do nosso passado nos retenham. Não podemos permitir que a culpa nos mantenha de joelhos. O Criador ama-nos e perdoa-nos. Cada momento é um novo começo. Dê as boas vindas à vida e às suas oportunidades de renovação e limpeza. O Criador quer que avance, a vida quer que avance. Não deseja o mesmo? Há tanto de bom à sua frente, para si, basta permitir que venha ao seu encontro. Sempre será amado, acarinhado e perdoado. Então, levante-se e erga-se mais uma vez.

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