Rieu

14/05/2017

Behar-Bechukotai: Deixar ir







Behar-Bechukotai: Deixar ir


Tudo o que acontece, acontece pela graça de Deus. Nada, mas nada mesmo acontece sem a mão do Criador.

As duas porções desta semana, Behar e Bechukotai, estão combinadas. Independentemnte, ambas discutem o preceito espiritual de shemitah, o ano sabático que acontece em Israel é que é o sétimo ano do ciclo agrícola de sete anos.

Assim como as pessoas descansam dos afazeres do trabalho da semana no sétimo dia, à terra de Israel é também pedido que se desconecte do mundo de Malchut no sétimo ano e que não trabalhe. É também fascinante notar que a shemitah foi o único preceito que foi dado no Monte Sinai. Porque é tão importante que na totalidade do sétimo ano, Israel não trabalhe a terra? O que há de tão crucial no sabático? Mais importante ainda, qual é a lição para nós hoje em dia, nas nossas vidas?

O Zohar revela que o sabático tem a ver com construir certeza - uma total e completa confiança na Luz do Criador. É como se o Criador estivesse a dizer 'não trabalhem a terra no sétimo ano e eu providenciarei bênçãos para os anos todos'. É suposto então que deixemos de trabalhar um ano inteiro, confiando meramente em que o Universo nos proverá?

Não, de todo! A Bíblia é tão bela e exata na sua poesia. Vejam como ela não afirma que nós não devemos trabalhar, antes que a terra não deve ser trabalhada. Isto é uma clara indicação para nós de que o que está verdadeiramente a ser discutido é uma prorrogação do mundo da fisicalidade. Afinal, é onde vivemos. É onde trabalhamos, labutamos e nos envolvemos no sangue, suor e lágrimas do esforço de manifestarmos para os outros e para nós mesmos.

É suposto fazemos estas coisas todas e, no entanto, deve haver também uma consciência de que sustento e bênçãos não vêm apenas pelas nossas mãos, pois o Criador está envolvido pelo menos tanto quanto nós.

Por exemplo, uma pessoa pode registar-se em todos os sites de encontros do mundo. Pode ir a sete encontros por semana.... E ainda assim não vai encontrar a sua alma gémea até que o Criador assim o considere.

Por muito importante que seja esforçarmo-nos, é igualmente importante o deixar ir e a deixar que Deus venha.

Este é um intenso trabalho espiritual. Viver no mundo da fisicalidade, esforçarmo-nos com todas as forças do coração e da alma pelos nossos objetivos, e, ainda assim, não nos apegarmos ao resultado, ter certeza de que a Luz prevalece. É quase um paradoxo, mas como o Rav dizia tão frequentemente, a verdade está no paradoxo.

A energia desta semana pode ajudar-nos a abandonar as nossas agendas, as nossas ideias fixas de como devem ser os resultados, de para aonde vamos e porquê. Pelos próximos sete dias, pratique o abandono. Qualquer que seja o resultado, saiba que Deus está lá.

Isto não quer dizer que devemos deixar de nos esforçarmos por darmos o nosso melhor, sermos o nosso melhor, e alcançar os nossos objetivos. Apenas significa que também devemos lembrar-nos de que os nossos sonhos são muito pequenos comparados com tudo aquilo com que o criador nos quer abençoar. As vezes, tudo o que precisamos é de apenas deixarmos ir, rendermo-nos.

Esta semana, vamos fazer do deixar ir o nosso verdadeiro Norte.

Desejando uma semana abençoada

Karen

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