Rieu

22/01/2017

Va`era: À PROCURA DO PADRÃO





Va'era: À procura do Padrão

"Escondido dentro dos padrões da nossa história pessoal está um código que uma vez decifrado revela o sentido, objectivo e direção desta vida" - Carl Jung

É dentro destes padrões da nossa

vida que encontramos o nosso objectivo. Existe um filme conhecido dos anos 90 chamado Feitiço do Tempo. É uma comédia sobre um homem que fica preso num loop onde o mesmo dia está sempre a repetir-se. Todas as manhãs Phil acorda e é dia 2 de Fevereiro para sempre. Independentemente do que faça, não chega ao dia seguinte. Primeiro, ele vê isto como uma carta branca para fazer tudo o que lhe apetece. Contudo, passado pouco tempo Phil decepciona-se com o estado repetitivo da sua vida e tenta acabar com tudo. Ainda assim acorda inevitavelmente na manhã de 2 de Fevereiro.

É com exaustão e desespero que ele começa a contemplar o seu lugar e objectivo neste loop. Ele compreende que ele pode usar a repetição do que o universo lhe providencia para se tornar uma pessoa melhor e um mundo melhor: Ele aprende a falar francês, toca piano e depois de testemunhar a morte de um sem-abrigo, cria um plano para evitar este e outros desastres de acontecer. Só então é que o ciclo é quebrado.


É um filme divertido e inteligente, mas talvez a maior razão pela qual se tornou um clássico destes é porque fala a verdade para a nossa alma.

Cada um de nós tem o seu "Feitiço do Tempo", uma situação desagradável que se repete continuamente. Talvez deixemos um emprego para nos livrarmos de um chefe tirano mas para depois ter outro onde o chefe é um pesadelo ainda maior. Muitas pessoas se divorciam para se casarem com uma pessoa do mesmo tipo poucos anos depois. Que fenómeno é este em que o Universo nos coloca padrões recorrentes à frente? E mais ainda, como quebramos o ciclo?

Os kabbalistas tinham um nome para estes padrões: tikkun, em que o que temos volta para ser corrigido. Cada vida pode dar-nos a hipótese de resolver o nosso tikkun, de aprender a lição e fazer as mudanças internas necessárias para o nosso espírito progredir ao longo da jornada. Assim que reconhecermos os momentos que nos aparecem repetidamente nos nossos filmes, podemos aproveita-los pelas bênçãos que eles nos dão verdadeiramente. Por exemplo, talvez o motivo por que alguém tem um chefe tirano é para encontrar as áreas onde eles têm falta de humildade e compaixão com os outros, ou talvez seja para aprender a estar frente a uma figura autoritária se isto tiver sido um problema persistente ao longo da vida. Se alguém namora ou se casa sempre com o mesmo tipo de pessoa, pode ser para aprender a aceitar as falhas de alguém e a amar incondicionalmente, ou pode simplesmente ser para começar a olhar para fora da caixa! Isto é um trabalho verdadeiramente espiritual; apenas tu podes reconhecer os padrões, e apenas tu podes decifrar o que eles te querem ensinar.

Na porção desta semana, Va'era, Pharaoh encontra-se num loop criado por si. Ele passa por dez pragas, uma depois da outra. Ele podia ter evitado as pegas, se tivesse aprendido o que é que veio cá fazer, e deixar ir os Israelitas. Ainda assim, depois de cada praga acabar, Pharaoh decide não reconhecer o Criador. Ainda assim ele sente que este é o seu domínio e que não vai libertar as pessoas. Tal como Pharaoh, nós também podemos encontrar-nos a tomar a mesma decisão várias vezes antes de percebermos que temos que mudar.

Esta energia única desta semana é aquela que nos pode ajudar a descobrir os nossos próprios ciclos, capacitando-nos a começar de novo para uma transformação interior. É tão fácil cair na armadilha de perguntar "Porque é que isto me está sempre a acontecer?" e ainda assim no filme o Feitiço do Tempo, só quando Phil usou o seu azar para ser um homem melhor e um mundo melhor que a maldição se quebrou. Claro, a história de Pharaoh tem um final cinemático também... mas bem, isso é outro filme.

A verdade é que existe um padrão nas nossas dificuldades e esse padrão é chamado oportunidade.

Esta semana deixem que encontrar o padrão seja o verdadeiro Norte.

Desejo-vos uma semana abençoada,

Karen

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