O Bom e Sagrado Caminho
Vermelho
Em nossa caminhada, levando a cura
através da medicina da Arte Xamânica a muitos irmãos e irmãs, recebemos inúmeras
bênçãos, sejam por palavras, gestos, sorrisos, alegrias, descobertas e a amizade
que vamos fortalecendo com cada um que vem compartilhar conosco esta sagrada
medicina.
Assim, através da beleza da entrega e
do amor incondicional, o Grande Espírito coloca em nosso caminho as bênçãos de
receber e compartilhar informações verdadeiras e embasadas no profundo
conhecimento das culturas ancestrais espalhadas pelo mundo e pelo tempo, que
compartilhamos com todos aqui neste espaço sagrado, por saber que o "Tempo das
Nuvens Negras" chegou ao fim e a luz da informação e do conhecimento nativo
verdadeiro deve ser transmitido com urgência a todos os buscadores da
luz.
Como diz Hotashugmanitu Tanka:
"estamos aqui para semear e compartilhar, fazendo brilhar a Roda do Arco Íris
neste início do Tempo do Búfalo Branco, trazendo a consciência da totalidade, a
paz e a serenidade para os irmãos de todas as cores".
Que assim seja! (Fonte: Marcelo Caiuã
e Bianca Martins)
Cacique Pena Branca – Mestre
Universal
(Na imagem: Mestre Pena Branca pintado por Cândi
Buchert)
Em 1929, o poderoso Cacique Pena
Branca, líder dos índios Yaqui do México, liderou uma revolta contra a opressão
e a injustiça que vitimavam o seu povo. Desde este momento, nas terras
americanas, o mito desta entidade nasceu. Cacique Pena Branca é hoje um símbolo
de liberdade, autenticidade e fraternidade.
Entrando em contato com muitos irmãos
de cultos afro-indígenas do México, Caribe e Estados Unidos, fiz esta pergunta a
mim mesmo:“Será nosso Caboclo Pena Branca, esta mesma entidade ou representante
dela?”
Certa vez, perguntei ao irmão Alberto
Salinas, curandeiro e médium de uma tradição espiritualista mexicana, quais as
principais entidades que incorporavam em seu templo. O primeiro nome que ouvi
foi: Pena Branca. Em seguida, comentei que no Brasil, também incorporava um
índio do mesmo nome. Ele não se surpreendeu e disse que outros “Penas” também
freqüentavam sua sessão de cura, nada impedindo que fossem as mesmas
entidades.
Longe dali, no Caribe, existe uma
religião chamada de Vinte e Uma Divisões (ou Vinte e Uma Linhas) que é muito
parecida com a nossa Umbanda. Nos terreiros deste culto, trabalham destemidos
espíritos de índios, pretos velhos, exus (ali chamados de candelos) e outros
espíritos familiares. Na Linha de Índio Bravo, uma das Vinte e Uma Linhas,
encontramos também nosso velho amigo: Pena Branca.
Ali ele baixa, firme e elegante, dando
brados e vivas imponentes. Com ele, também incorporam Águia Branca, e outros
“Penas”: Pena Azul, Pena Negra, Pena Amarela... Coincidência? Nos estados
sulistas dos Estados Unidos, existem algumas igrejas espíritas. Coisa bem
diferente, pois por fora parece um templo evangélico e por dentro um terreiro.
Os pastores são médiuns e bem íntimos com as manifestações do Mundo
Invisível.
O espírito principal que chefia estas
igrejas, é o Chefe Índio Falcão Negro.Quando o Chefe Falcão se manifesta, ele
puxa outros companheiros das aldeias do astral, como Nuvem Vermelha, Águia Negra
(nomes de Chefes Indígenas que existiram) e entre eles está: Pena Branca! Mais
coincidência?
Algumas fraternidades esotéricas
americanas, que cultuam os Mestres Ascencionados como Saint Germain, El Morya e
outros bem conhecidos da Nova Era, conhecem um belo Mestre Curador. Ele aparece
como um índio banhado em luminosa luz, dando sábios conselhos e mensagens. Seu
nome? Mestre Pena Branca.Em algumas ilhas do Caribe existe um culto chamado
Obeah, de origem africana. Dentro dele são celebrados os mistérios dos espíritos
de origem indígena taino, etnia local. Existem muitas entidades indígenas, a
maioria com comportamento arredio e nomes de animais, como Cobra Verde, Pantera
Negra, Jaguar Dourado...
Quando incorpora a Falange do Povo
Alado, simbolizada pelos pássaros e morcegos, um deles tem um destaque especial.
Este espírito se apresenta sério, compenetrado, usa tabaco fortíssimo e uma pena
branca na cabeça. Como é chamado? Índio Pena Branca. Pois então, novamente o
encontramos.
Na Venezuela existe um culto
belíssimo, semelhante em tudo com a Umbanda do Brasil. É a tradição de Maria
Lionza, a Rainha Mãe da Natureza.Na Linha Índia, comandada pelo famoso espírito
do Cacique Gaicaipuro, incorporam centenas de caboclos venezuelanos e
americanos. Eles trabalham com pemba, bebidas diversas, cocares, maracás e todo
o aparato ameríndio. Chegam e saudando o povo, que procura semanalmente os
irmãos em busca de alívio, socorro material e espiritual.
Certo dia em Bonaire, uma ilhazinha
perto da Venezuela, eu participava de um culto de Lionza. Perto do Conga, estava
um rapaz incorporado com um caboclo. Atento, o índio ouvia pacientemente uma
velha senhora e a limpava com um maço de ervas perfumadas. A senhora chorava
muito e tremia. No final da sessão, o semblante dela havia mudado, Feliz, ela
sentou-se no banco da assistência e orava agradecida.Curioso, eum me aproximei e
perguntei o nome da entidade que a atendeu. A velha irmã respondeu com
reverência: Índio Pena Branca.
O tempo passou e a pergunta ainda
batia dentro da minha cabeça. Será que é o mesmo Pena Branca? Terá este Caboclo
conhecido da Umbana viajado tanto assim? Afinal, ele é mexicano, americano ou
brasileiro? Quem, afinal, nasceu primeiro, o Pena Branca daqui ou de lá?
Inquietações de um pesquisador.Uma bela noite, em um modesto e tranqüilo
terreiro umbandista do interior paulista, acontecia uma gira de caboclo.A líder
do terreiro abriu o trabalho e incorporou. Seu Pena Branca estava em terra, em
todo o seu esplendor de força.Fiquei atento, lembrei-me do Caribe e pensava em
tudo isso que agora escrevo aqui.
O Caboclo Pena Branca riscou seu
ponto, pediu um charuto, deu algumas ordens ao cambono e olhou para onde eu
estava. Senti uma estranha energia percorrer minha espinha. Ele continuou
olhando e acenou. Me levantei e acenei de volta. Foi então que ele falou: -
Filho, era eu, lembra? Tem aí um maço de ervas bem cheiroso para
mim?
Salve Seu Pena Branca! (Fonte: Rãs
Adeagbo)
Grande Chefe Tatanka
Lyotake
"De todos os caminhos da vida há um
que importa mais: é o caminho que nos leva ao verdadeiro ser
humano."
Indigenas Moicanos
Declaração
Solene dos Povos Indígenas do Mundo
Nós, povos indígenas do
mundo,
unidos numa grande assembléia de homens sábios,
declaramos a todas
as nações:
quando a terra-mãe era nosso alimento,
quando a noite escura
formava nosso teto,
quando o céu e a lua eram nossos pais,
quando todos
éramos irmãos e irmãs,
quando nossos caciques e anciãos eram grandes
líderes,
quando a justiça dirigia a lei e sua execução,
aí outras
civilizações chegaram!
Com fome de sangue, de ouro, de terra
e de todas as sua riquezas, trazendo numa das mãos a cruz e na outra a
espada
sem conhecer ou querer aprender os costumes de nossos povos, nos
classificaram abaixo dos animais, roubaram nossas terras e nos levaram para
longe delas, transformando em escravos os "filhos do Sol".
Entretanto, não puderam nos
eliminar!
Nem nos fazer esquecer o que somos,
porque somos a cultura da
terra e do céu,
somos de uma ascendência milenar e somos milhões.
Mesmo
que nosso universo inteiro seja destruído,
NÓS VIVEREMOS
"Nós não queremos
riquezas,
só queremos criar direito nossas crianças...
Riquezas não nos
fariam nenhum bem...
Nós não podemos levá-la
conosco para o outo
mundo.
Nós não queremos riquezas,
queremos paz e
amor..."
Mahpiua Luta ( Nuvem
Vermelha)
Chefe dos Sioux Oglallas Teton
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