(imagem do google)
Observar o que nos
adoece e respeitar o processo de cura propicia lições valiosas
Só mesmo quando adoecemos é que entendemos o valor daquela expressão
"tendo saúde, o resto a gente enfrenta". Ora, se uma simples dor de
cabeça já incapacita tantas pessoas para o cumprimento de tarefas cotidianas,
imagine uma doença mais grave ou crônica, que nos obrigue a ficar na cama ou a
mudar completamente os nossos hábitos!
A doença física é um tormento, sem dúvida. De uma gripe que agride o
corpo todo com dores, tosse, congestão nasal e febre, ou uma gastrite que, além
de causar dor, limita a nossa alimentação, passando pelo diabetes, que exige
uma dieta adequada e medicação pela vida inteira, até os problemas que impedem
nossos movimentos livres - seja temporariamente, como no caso de uma fratura,
seja por uma doença crônica, como artrite, artrose ou problemas na coluna -,
adoecer é sempre perturbador. O fato é que dificilmente encontraremos alguém
que nunca teve um resfriado ou um problema de saúde que não o fizesse lembrar
de que ele tem um corpo, e de que esse corpo precisa de cuidados que vão além
da estética ou da prevenção de doenças. Em algum momento adoecemos, tanto por
causa de uma doença corriqueira quanto devido a um problema mais grave.
SINTOMAS E DOENÇAS PODEM SER REFLEXOS DO NOSSO COMPORTAMENTO
Ouço muitas pessoas dizerem "eu
fiz essa doença em mim". É certo que a forma como lidamos com os
acontecimentos em nossas vidas pode desencadear sintomas físicos e até mesmo
certas doenças. Uma pessoa não tem uma gastrite gratuitamente; certamente ela
"engole" situações que lhe provocam dor, situações de difícil
digestão."Uma pessoa não tem
uma gastrite gratuitamente; certamente ela "engole" situações que lhe
provocam dor, situações de difícil digestão."
O mesmo ocorre com quem tem dor de garganta frequentemente ou problemas
de tireoide. Essa pessoa pode estar cheia de "sapos" atravessados na
garganta, pode não conseguir expressar seus sentimentos de maneira adequada ou
ainda pode estar bloqueando a própria expressão criativa. Claro que não existe
uma cartilha que relacione de forma rígida a doença com o estado emocional que
a provoca. É preciso conhecer o histórico da pessoa. Mas é certo que as doenças
estão intimamente relacionadas ao nosso estado de alma.
Porém, saber disso não deve ser um elemento a mais para nos sentirmos
mal. Muitas pessoas se culpam terrivelmente ou culpam outras por terem
atravessado momentos emocionalmente delicados, acabando por creditar suas
doenças a tais eventos de forma tão contundente que não percebem o quanto a
culpa e a raiva podem estar dificultando a sua recuperação.
É sabido que as emoções podem interferir na
nossa saúde física. Mas é igualmente importante aprender a lidar com
essas emoções quando o corpo já está doente. É praticamente impossível ficarmos
constantemente atentos ao nosso estado emocional, ainda mais com o objetivo de
evitar a doença física. Não temos superpoderes, pelo contrário - somos
vulneráveis, somos humanos.
SENTIMENTO DE CULPA APENAS DIFICULTA O PROCESSO DE CURA
A doença é, de fato, mais um caminho para o autoconhecimento. Mas não é
correndo atrás das causas psicológicas, emocionais ou afetivas que faremos com
que ela desapareça, como por encanto. Melhor é, enquanto se está doente, que as
energias sejam dirigidas ao processo da cura física, obedecendo às orientações
médicas, aceitando o carinho e a atenção das pessoas queridas e percebendo
conscientemente as próprias limitações. Ao aceitar o próprio estado
temporariamente limitado, ao invés de esbravejar contra a doença, contra si ou
alguém, você tem a oportunidade de dedicar-se a si mesmo, no momento presente,
iniciando então o processo de cura. A aceitação e o reconhecimento da
necessidade de ajuda acionam no doente a coragem para enfrentar o problema.
Sim, existem doenças que não têm
cura, mas têm tratamentos que possibilitam uma qualidade de vida bem perto do
desejável, em função das circunstâncias. Nesse caso, aquietar os pensamentos e
entregar-se resignadamente ao tratamento são os primeiros passos para seguir em
rumo a um estado mais amoroso em relação a si próprio."aquietar os pensamentos e entregar-se resignadamente ao tratamento são
os primeiros passos para seguir em rumo a um estado mais amoroso em relação a
si próprio."
Viver da melhor forma possível com um problema de saúde deve ser o
objetivo de todos os que se defrontam com uma situação difícil.
Assim, eliminar a própria culpa por estar doente é fundamental para a
recuperação. É preciso compreender que se você não lidou de outra forma com os
eventos da vida que o levaram a adoecer, foi porque naquele momento não tinha
maturidade suficiente para agir de outra maneira. É a experiência de vida que nos
traz lucidez.
Da mesma forma, responsabilizar outra pessoa pelo advento da doença não
vai ajudá-lo em nada na sua recuperação. Buscar do lado de fora os motivos que
o levaram à tristeza, à raiva ou ao arrependimento é útil apenas para que você
saiba que, afinal, tudo aquilo não tinha a importância imensa que você deu, ou
que você estava completamente impotente com relação às atitudes do outro. Você
não tem o controle sobre o outro! Aliás, abandonar o controle é de grande ajuda
para viver mais suavemente. Controlar é uma ilusão.
IDENTIFICANDO E TRANSFORMANDO ATITUDES NOCIVAS À SAÚDE
Ao adoecer, busque orientação
profissional o mais rápido que puder. Faça sempre exames de rotina e não
acredite que você está imune a doenças, porque não está. Se possível, escolha
um médico que lhe transmita confiança, com quem você se sinta confortável para
falar sobre seus medos e dúvidas. Pergunte tudo o que quiser - o profissional
está ali para esclarecer e te ajudar. Mas, acima de tudo, procure focar no
momento presente, que é o que exige a sua atenção. Seja generoso consigo mesmo,
tendo paciência com o tempo necessário ao tratamento, e, fundamentalmente, não
se torture com culpa ou outros sentimentos que não lhe serão nada úteis
enquanto estiver se tratando. Aceite ajuda, aceite companhia, aprenda a pedir."não se torture com culpa ou outros sentimentos que não lhe serão nada
úteis enquanto estiver se tratando. Aceite ajuda, aceite companhia, aprenda a
pedir."
No momento adequado você poderá recolher-se em reflexões e, aí sim,
buscar novas formas de agir, de modo a cuidar das suas emoções em função das
experiências que já viveu. Em suas reflexões você poderá reconhecer o que
precisa deixar para trás, do que precisa desapegar-se e de que forma mais
branda, amorosa, acolhedora e gentil pode presentear-se todos os dias.
Não ficamos doentes por acaso, mas a doença física possibilita o
exercício do autoconhecimento, para revermos o nosso jeito de viver a vida e
promovermos mudanças em nossas atitudes, especialmente as que nos afastam de
quem verdadeiramente somos.
Psicoterapeuta Holística, utiliza
florais e técnicas da psicossíntese como apoio ao processo terapêutico. Presta
atendimento individual e em grupo, e serviços de mentoring pessoal e
profissional. Saiba mais »
REVISTA PERSONARE
Nenhum comentário:
Postar um comentário