Para poder
evitar que surjam certos problemas existenciais, é preciso bem entender o que
são problemas existenciais, e como podem se originar. Para tanto, há que se
definir o que possam ser esses tais problemas, e certamente iremos descobrir que
sua origem vem da infância, da maneira com que nossos primeiros passos foram
orientados, como nossos pais nos ensinaram o que é a vida, como nossos
professores nos orientaram nas primeiras letras, como foram nossas primeiras
amizades...
Muitas vezes
por falta de orientação adequada, muitas crianças se deixam envolver por
conversas melífluas, e cometem grandes erros que irão influenciar negativamente
seu futuro.
A propósito, meu grande amigo
e guru, L’Inconnu, brindou-me com outra de suas citações geniais, vejam se não
tenho razão:
"Nossa vida é delineada
na infância. Há que se cuidar dos primeiros passos, para não atrapalhar os
últimos."
Essa é a
questão. A maneira com que são ensinados os primeiros passos da criança. Desde
pequena, ela deve ser orientada no sentido de saber distinguir o bem do mal. Não
apenas saber a diferença entre a fada e a bruxa, mas sim do bem e do mal na
realidade da vida. Deve estar bem consciente sobre esse aspecto, para poder
discernir sobre as diversas propostas que ouvirá no futuro, e portanto, devemos
falar com as crianças com honestidade e sinceridade, explicando as coisas da
vida sem as tais "falsas verdades" que apenas servem para confundir sua
cabecinha, quando for comparar as informações recebidas por quem de direito, com
as que lhes chegam por fora.
Como disse
nosso guru com muita propriedade, os primeiros passos devem ser muito bem
orientados, para evitar muitos problemas futuros. Deve sempre haver muito
diálogo entre pais e filhos, muita troca de idéias, para que os jovens possam
entender o porque de certas idéias de seus pais, e para que estes possam
acompanhar a evolução do mundo, e do que se passa na cabeça dos jovens. Assim,
muitos problemas serão evitados.
Vejam uma
coisa, sobre o que se passa atualmente na cabeça, principalmente das mulheres
nascidas nas décadas 40 e 50, uma vez que antigamente, as mulheres recebiam uma educação
rígida, sendo direcionadas unicamente para a "nobre’ função de donas de casa.
Como única opção de estudo, havia o famoso "Normal", que formava as professoras.
Sexo, nem falar, que dizer praticar. Era pecado. Elas apenas sabiam que deviam
atender às necessidades de seus maridos, visando unicamente a procriação. Não
poderiam nem pensar em sentir prazer com o ato sexual.
Ora, com essa
educação bitolada, elas foram apanhadas pelo furacão do finzinho dos anos 60, e
começo dos 70, com o movimento hippie, e com a tão decantada e reclamada
liberdade sexual, que acabou se transformando em liberalidade sexual, originando
uma grande confusão mental nos e nas jovens da época, pois de repente todos os
conceitos foram mudados, e o que era mau e pecaminoso, acabou se transformando
em algo prazeroso e que deveria ser vivido intensamente.
Contudo, muitas
meninas da época não aceitaram essa coisa toda, e se mantiveram em suas
convicções herdadas da educação recebida, e haja confusão mental, pois a mídia
acenava com sexo à vontade, seja pelas novelas, filmes e até a propaganda
comercial, cada vez mais erótica e sugestiva, e acenava também com a famosa igualdade
de direitos que as mulheres principiavam a exigir. Igualdade de possibilidade de
emprego. Enfim, igualdade de vida.
Outro problema
enfrentado por nossas heroinas, foi a mentalidade masculina. Seus maridos não
queriam de maneira alguma perder sua condição de donos soberanos dos destinos de
suas esposas, e se elas descobrissem como seria boa a vida que lhes era
mostrada, a situação se modificaria fatalmente.
Com a evolução
dos meios de comunicação, elas começaram a tomar conhecimento de tudo o que se
passava no mundo, apesar da oposição dos seus antigos senhores feudais. E isso,
sempre faltando o diálogo conciliador. Que poderia consertar as coisas a
tempo.
Como resultado,
elas passaram a se rebelar, sentindo grande revolta pela vida que lhes foi
negada por tanto tempo. E os homens que não acordaram a tempo para a realidade,
acabaram ficando sem as "escravas", e sem saber o que fazer, pois também nunca
haviam sido preparados para essa contingência da vida. Que fazer sozinhos?
Aliás, a mesma
dificuldade enfrentada por elas.
Contudo, a
mulher tem mais e melhores condições para encarar a solidão, do que o homem,
pois de certo modo, ela sempre viveu na solidão acompanhada, enquanto o homem
sempre se acostumou a ser servido de bandeja. E agora, José? Cadê a
Maria?
Como vemos,
problemas existenciais causados por falhas na educação dos primeiros passos, que
agora estão atrapalhando os últimos...
Bem crianças,
ainda é tempo para alguma coisa boa. Tentem viver. E para começar, vamos ter UM
LINDO DIA.
Marcial Salaverry
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