Rieu

17/01/2015

Consciência Diária




Um ser humano é parte do todo, chamado por nós de “Universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele vivencia a si próprio, seus pensamentos e sentimentos como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de ótica da sua consciência. Essa ilusão é um tipo de prisão, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e a termos afeição por algumas poucas pessoas mais próximas a nós. Nossa tarefa tem que ser nos livrar desta prisão, ampliando nosso círculo de compaixão, para acolher todas as criaturas vivas e toda a natureza em sua beleza. Ninguém é capaz de alcançar esta tarefa completamente, mas esforçar-se em fazê-lo é, em si, uma parte da liberação e uma base para a segurança interior”. 

- Albert Einstein

Estamos vivendo tempos poderosos, mas perigosos – tempos em que não podemos mais virar as costas para a realidade que nos parte os corações, realidade de ódio e violência que existe para tantos ao redor do mundo. 

Os eventos de domingo em Paris, em resposta a esta realidade, foi incrível e sem precedentes: milhões de pessoas juntas em nome da união. Muitos podem encarar esta reunião como uma marca de progresso em um mundo envolto em separação e escuridão, mas talvez seu aspecto mais importante tenha sido nos mostrar que nossos líderes mundiais podem realmente andar juntos, de mãos dadas, por uma causa comum. 

Além disso, essa demonstração espontânea de união confirma algo que os kabalistas vêm prevendo há séculos: que estamos nos aproximando do tempo em que poderemos, como indivíduos e como corpo coletivo, reverter a negatividade que se encontra dentro de nós e ao nosso redor. Um tempo em que poderemos mudar a tendência ao ódio de uma vez por todas. Um tempo de despertar para o fato de que a paz virá quando pudermos estabelecer uma ligação entre as pessoas, baseada na faísca da força da vida universal que existe dentro de cada um de nós e em todos nós. 

Mas enquanto os eventos de domingo em Paris são um começo auspicioso, nenhum de nós é ingênuo de pensar que significa que já “chegamos lá”. Sim, estamos no meio de um processo profundo – uma evolução na consciência mundial, onde o espírito humano está forjando um novo caminho, fora da grande escuridão. 

Mas não, ainda não chegamos lá. 

Ainda resta muito trabalho a ser feito. 

E esse trabalho não está unicamente nas mãos dos líderes e dignitários, embora seus esforços sejam extremamente importantes. 

Esse trabalho e poder estão em nossas mãos – nas suas mãos, nas minhas mãos – porque cada um de nós é uma parte da rede universal de consciência. Como indicou Einstein, somente a ilusão nos faz acreditar que somos pequenos e limitados, que não temos poder ou influência sobre o que está acontecendo. 

Estamos nos defrontando com um problema universal que requer uma resposta universal. Sim, essa resposta é complexa e não pode ser simplificada. Mas o que realmente sabemos é que não podemos combater escuridão com mais escuridão. A única coisa que pode eliminar a escuridão é Luz. 

Então, o que podemos fazer? 

Bem, um bom começo seria criar uma força global de bondade… uma força composta por todos os nossos esforços e ações individuais... uma força que possa cobrir a terra com positividade e Luz. 

Não estou falando aqui de “atos aleatórios de bondade”. Estou falando sobre bondade deliberada, bondade consciente, bondade que possamos estender àqueles que sejam diferentes de nós, bondade que não vem facilmente. Estou falando sobre bondade que estendamos com a intenção de sermos uma parte da rede de consciência positiva, porque é aí que nossa força como seres humanos se encontra. Não somos perfeitos, é claro, mas como disse Einstein, “esforçar-se em fazê-lo é em si uma parte da liberação e uma base para a segurança interior”. 

Talvez isso tenha sido mais bem colocado por Lassana Bathily, o funcionário do supermercado kasher que salvou um grupo de reféns nos ataques de sexta-feira, escondendo-os no frigorífico: “Somos irmãos. Não é questão de judeus, cristãos ou muçulmanos. Estamos todos no mesmo barco, temos que ajudar uns aos outros para sair desta crise”. 

17.01.2015

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