Rieu

10/02/2014

O Sofrimento Suportável


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Por que as pessoas evitam o tudo ou nada e acabam convivendo com situações insatisfatórias pela vida afora?
Todos nós temos uma tendência bastante natural: fazemos o que nos dá prazer e evitamos o que nos provoca sofrimento.
Para entender o que leva alguém a manter relacionamentos, profissões, empregos e circunstâncias profundamente insatisfatórios, precisamos analisar a forma como as pessoas definem o sofrimento. A percepção do que é sofrimento vai determinar as escolhas e, portanto, os comportamentos. As pessoas somente mudarão quanto a dor de não estar vivendo for maior do que o medo da mudança.
Na verdade, decidimos manter uma situação desagradável porque tememos sofrimentos desconhecidos ou maiores do que aqueles que vivemos – ainda que persistam por menos tempo.
Se você compreende que sofrer é a perspectiva de não se sair bem no próximo emprego ou relacionamento, poderá se sujeitar a um chefe que o humilhe diariamente ou a uma relação sem amor.
Se seu filho compreende que sofrer é ficar sem dinheiro, vai sujeitar-se a viver eternamente dependente dos pais.
Se uma viúva imaginar que sofrer é ir a um jantar e não ter com quem conversar, aceitará viver sem sair de casa pelo resto da vida.
Isso nos leva a pensar que, na maior parte das vezes, as pessoas não percebem que fazem escolhas que provocam diariamente mais e mais sofrimento.
Essa percepção distorcida faz a gente optar por relacionamentos, profissões, empregos e circunstâncias que não nos realizam como seres humanos – e começamos a distorcer nossas escolhas.
É por causa disso que muita gente, sem ao menos saber, prefere permanecer vivendo com um sofrimento conhecido a tomar uma decisão que leve a um sofrimento desconhecido.
Outras pessoas, também sem se dar conta, preferem conviver com um sofrimento suportável a se arriscar por um caminho em que, de repente, venham a sofrer ainda mais.
É o caso daquele casal de namorados que briga diariamente, mas não termina porque nenhum dos dois quer viver o sofrimento da separação. Muitas vezes ficam se torturando durante anos porque não têm coragem de enfrentar a dor momentânea de um rompimento.
São as mulheres que não falam das frustrações sexuais com seu companheiro por medo de desencadear uma crise conjugal. Elas não tomam uma decisão que possa melhorar sua vida porque têm medo de provocar mais problemas.
Infelizmente muitas pessoas vão envelhecer sem perceber que estão colecionando frustrações e sofrimentos, quando na verdade têm muitas opções de mudança.
Está na hora de as pessoas pararem de usar óculos cor-de-rosa e fazerem promessas vazias a si próprias! Elas precisam acreditar que a vida pode ser muito melhor do que é agora!

Roberto Shinyashiki

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