EMPATIA
E COMPAIXÃO
Doris Madeira Gandres
“A qualidade humana que
eu mais gostaria de ampliar é a empatia. Ela nos une de
uma forma amorosa e pacífica”. Stephen Hawking
“Se você quer que os
outros sejam felizes, pratique a compaixão. Se você quer ser feliz, pratique a
compaixão”. Dalai Lama
Dois espíritos muito
provavelmente com trajetórias muito diferentes, com experiências gravadas em
suas memórias multimilenares certamente bastante diferentes. Entretanto, quando
analisadas suas presentes reencarnações, os seus exemplos nesta existência,
somos levados a concluir o que já nos tem sido ensinado há muito tempo: que
todos os caminhos levam a Roma. Ou seja, incontavelmente diversos são os
caminhos que percorremos, muitas vezes profundamente distintas as escolhas que
fizemos; entretanto, confirma-se, em milhares de casos e exemplos, que a nossa
destinação, de modo mais simples ou mais complexo, é a perfeição indefinida e
indeterminada.
Um desses companheiros,
Stephen Hawking, constrangido ao extremo na sua expressão física, por
necessidades para nós desconhecidas, não deixou, todavia, de lutar, trabalhar,
produzir como cientista e criatura, a seu benefício e a benefício da
humanidade. O outro, Dalai Lama, líder espiritualista dos mais renomados,
obrigado a viver no exílio pelas circunstâncias políticas de sua região,
afastado de seu meio e co-irmãos de ideal, também não abandonou sua tarefa de
difusão do amor e da religiosidade, igualmente a benefício próprio e da
humanidade.
As declarações acima
transcritas nos levam a refletir com vagar e profundamente sobre esses dois
sentimentos, a EMPATIA e a COMPAIXÃO. Preciso é bem compreender o que sejam
essas expressões: empatia é a capacidade de compreender o outro, o que ele sente
e como reage, colocando-se nas mesmas circunstâncias e em seu lugar. E,
compaixão: não é pena nem piedade, é compartilhar amorosamente o sentimento do
outro, sua dor, seus anseios, com isenção de julgamentos, fazendo-o sentir que
não está só.
É então que,
possivelmente, conseguiremos compreender o ensinamento do nosso Mestre e guia,
Jesus de Nazaré, quando nos recomenda que “ao te pedir alguém para ir com ele
uma milha, vai com ele mais duas; ao te pedir ele que lhe dês a capa, dá-lhe
também a túnica”... Tenho lembrado e pensado muito sobre esse ensinamento
diante dos acontecimentos atuais por que passa a humanidade terrena. O que
poderia definir melhor empatia e compaixão do que essas palavras do Cristo?
Em que momento nós,
sociedade humana, espíritos encarnados com a missão e o dever de trabalhar para o nosso progresso intelectual, moral
e material conjunto e não apenas individual, perdemos o sentido de
irmandade que nos unia quando primitivos, ignorantes e até em estado de
brutalidade e selvageria? Por exemplo: entre os índios de nossa terra não há
órfãos, não há criança abandonada; a criança que perde os pais por qualquer
razão que seja é imediatamente acolhida por alguém da tribo. Perdemos esse
sentido no momento em que despertou em nós o enganoso sentido de posse, de
propriedade? Ou quando deixamos florescer em nós a praga da ganância, da
ambição, do egoísmo? Ou ainda quando fizemos brotar em nós a ânsia do poder a
qualquer custo, de qualquer tipo, seja intelectual, financeiro, religioso etc.?
Ou quem sabe tudo isso junto?
O que hoje vivenciamos
colheita e consequência de plantio e decisões infelizes e desastrosas, no
passado e no presente, mostra-nos o quanto ainda precisamos investir nesses
dois sentimentos, EMPATIA e COMPAIXÃO. Precisamos meditar diária e
constantemente sobre eles, compreendê-los e aprofundá-los em nós até que sejam
parte integrante do nosso caráter, da nossa maneira de ser e também de estar no
meio em que vivemos, no mundo em que vivemos.
No Evangelho Segundo o
Espiritismo, capítulo XI, item 14, o Espírito Elizabeth de França, em 1862, nos
recomenda a caridade para com os criminosos: “... É vosso próximo como o menor
dentre os homens. Sua alma, transviada e revoltada, foi criada como a vossa,
para se aperfeiçoar. Ajudai-o pois a sair do lamaçal, e orai por ele!” A muitos
de nós custa assumir tal postura diante de toda ordem de violência que graça
atualmente. Contudo, todos nós temos um passado, extenso, possivelmente
conturbado, e que certamente não foi melhor do que o nosso presente.
O lema doutrinário
escolhido por Allan Kardec, FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO, enfeixa
inteiramente esses dois sentimentos: empatia e compaixão. Diz-nos o Espírito
Paulo em 1860, no item 10, capítulo XV, d’O Evangelho Segundo o Espiritismo:
“Com essa orientação o homem jamais se transviará. Aplicai-vos, portanto, meus
amigos, a compreender-lhe o sentido profundo e as consequências de sua
aplicação, e a procurar vós mesmos todas as maneiras de aplicá-la”.
DICA
DE VÍDEO:
Dez
motivos pelos quais a verdadeira oração vai revolucionar a sua vida