31/07/2015

ORGANIZAR CASA PODE TRAZER MAIS FELICIDADE

Segundo Feng Shui, bagunça é sinônimo de estagnação na vida
 Imagem: Dollar Photo Club

Há tempos planejava escrever um texto abordando os pontos em comum entre a prática da organização de ambientes e o Feng Shui. Valorizo muito a arrumação e a organização das minhas coisas e da minha casa, embora, como a maioria das pessoas, eu tenha muita dificuldade para conseguir manter tudo organizado. Especialmente por trabalhar em casa e ter três filhos que dividem o mesmo quarto e estudam em turnos diferentes. Já comprei vários livros de organização e até mesmo um que enaltecia as qualidades da bagunça! Poucos deles consegui terminar de ler e não coloquei nenhum em prática.
Agora, algo mudou... Li em menos de uma semana o bestseller de Marie Kondo, "A Mágica da Arrumação" (Ed. Sextante). A leitura desse livro foi a motivação que faltava pra fazer esse artigo nascer. Isso por que a autora é japonesa, e muito da filosofia que embasa o Feng Shui - que é chinês - está permeada em sua concepção da arrumação dos ambientes.
Dois pontos me chamaram mais atenção como semelhanças entre as técnicas: a felicidade como objetivo final e a necessidade de tirar tudo do lugar antes de decidir o que guardar e o que descartar, para que os objetos ganhem vida e possam ser sentidos. O critério para triagem não segue nenhuma lógica racional. Embora não seja assim tão fácil na prática - pelo menos no início - a proposta é simples: basta pegar o objeto nas mãos, senti-lo, e perceber se você o ama e se ele lhe traz alegria.
Embora alcançar a felicidade seja, em última instância, o objetivo de vida de quase todos nós, muitas vezes o perdemos de vista. E quando pensamos em organizar nossa casa, focalizamos em outros objetivos secundários, como, por exemplo, gastar menos tempo com limpeza e arrumação e ter mais tempo livre. Mas, afinal, para que queremos mais tempo livre, senão para aproveitar melhor a vida e ter mais alegria?
QUAL A RELAÇÃO ENTRE ORGANIZAÇÃO, FENG SHUI E FELICIDADE?
Sempre que iniciamos uma consultoria, definimos com o cliente quais são suas metas para aquele trabalho. Em geral, os desejos expressos podem ser agrupados em três categorias: saúdeprosperidade e harmonia nos relacionamentos. Todos esses temas estão a serviço do nosso objetivo final: sermos felizes!
Então, se podemos combinar o Feng Shui a uma técnica de arrumação de ambientes cujo foco seja a felicidade, sem dúvida o resultado vai ser mais eficaz, e o processo todo fluirá com mais facilidade.
E por que tirar tudo do lugar na hora de separar? Marie Kondo afirma que os objetos que ficam por muito tempo guardados entram em estado de dormência, sendo preciso despertá-los, para que então sejamos capazes de senti-los. Não é possível um objeto sem vida nos trazer alegria ou nos despertar qualquer sentimento positivo."Não é possível um objeto sem vida nos trazer alegria ou nos despertar qualquer sentimento positivo."
Ela vai além, e diz que a origem da bagunça é o excesso, pois na verdade precisamos de bem pouco para ser felizes e acabamos relegando ao abandono todo o supérfluo.
Os consultores de Feng Shui sempre ressaltam a importância de manter os ambientes arrumados para que o qi - a energia vital - possa fluir suavemente por todos os espaços do imóvel, sem bloqueios. A bagunça faz a energia ficar estagnada e sem vida.
VOCÊ É ETERNAMENTE RESPONSÁVEL PELOS OBJETOS QUE ACUMULA
Vamos pegar carona num dos conceitos da física quântica, para entender melhor os prejuízos que o excesso de pertences pode nos causar. Ela nos diz que vivemos em um universo de possibilidades, e o que define qual dessas possibilidades vai se manifestar em nosso mundo material é a nossa vontade, o nosso pensamento. Somos nós que damos vida, que fornecemos a energia básica para que tudo que possuímos se concretize em nossas vidas. E somos nós que continuamos, ao longo do tempo, fornecendo energia para que todos aqueles objetos continuem fazendo parte de nossa vida.
Quem diria que o Pequeno Príncipe fazia menção a um dos conceitos da física quântica quando disse que nos tornamos responsáveis por aquilo que cativamos? Assim, fica fácil entender por que, quando temos muitos objetos ou uma casa grande demais para nossas necessidades, nos tornamos pessoas sempre cansadas, sem vitalidade, irritadas ou até doentes."Assim, fica fácil entender por que, quando temos muitos objetos ou uma casa grande demais para nossas necessidades, nos tornamos pessoas sempre cansadas, sem vitalidade, irritadas ou até doentes."
Isso nos permite também entender por qual motivo todas as pessoas que se desfazem de boa parte de seus objetos pessoais se sentem mais leves e cheias de energia. Estávamos gastando uma grande cota de nossa vitalidade para manter em nossa posse objetos que não estavam nos dando retorno em alegria. Esses objetos estavam como zumbis, somente sugando nossa energia vital.
NO FENG SHUI, BAGUNÇA IMPEDE QUE BONS POTENCIAIS SE MANIFESTEM
Já pensou em quanta energia você vai ter à sua disposição pra concretizar seus sonhos, quando se livrar de todos esses drenos? Se voltarmos à questão de que objetos em excesso geram bagunça, teremos um problema adicional, do ponto de vista do Feng Shui. A bagunça, ou seja, o acúmulo de objetos sem uso em locais inadequados, prejudica o fluxo do qi, criando pontos de estagnação, que se refletirão em aspectos problemáticos em nossa vida."A bagunça, ou seja, o acúmulo de objetos sem uso em locais inadequados, prejudica o fluxo do qi, criando pontos de estagnação, que se refletirão em aspectos problemáticos em nossa vida."
Mesmo que usemos as cores, os formatos e os objetos decorativos mais adequados para cada local, segundo o Feng Shui, se o qi não consegue fluir livremente, os bons potenciais não poderão se manifestar em nossa vida.
Então, se você está sentindo sua vida estagnada em algum aspecto, trate de arrumar sua casa o quanto antes. Boa sorte e muita felicidade!

SOBRE O AUTOR:ALINE MENDES
É arquiteta e consultora de Feng Shui e Geobiologia, autora do livro "Feng Shui - Terapia de Ambientes" e representante oficial do Feng Shui Research Center no Brasil. Saiba mais »
Revista Personare

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