Para podermos falar em vidas passadas, devemos encarar com
seriedade a teoria espírita que fala sobre “Reencarnação”.
Sempre que formos
abordar temas sobre coisas espirituais, devemos despir-nos de quaisquer
eventuais preconceitos sobre questões religiosas, apenas procurando analisar o
texto em si, lendo-o e meditando sobre o assunto.
Algo que pode confirmar a
teoria da reencarnação são as chamadas “crianças-prodígio”, ou seja, crianças
que apesar da tenra idade exibem talentos bem acima do normal, mas quando se
tornam adultos, não mostram a mesma evolução, ficando praticamente estagnadas no
estágio de criança-prodígio. A reencarnação explica o fato, informando tratar-se
de um espírito que reencarnou rapidamente, entrando adulto no corpo do recém
nascido. A explicação satisfaz e até mesmo justifica-se, pois a ciência não
conseguiu ainda explicar o porque de certas crianças serem bem mais evoluídas
durante a infância, e depois serem adultos normais, dentro da média de sua
evolução normal.
Outro ponto que merece uma análise mais profunda, é aquele
que fala sobre “resgate de vidas passadas”. O que poderia ser esse resgate, e
como explica-lo?
Desde que o mundo é mundo, sempre alguém provocou danos
físicos ou morais a alguém, muitas vezes causando grandes sofrimentos, e até
mesmo a morte. Como ficou essa dívida pendente, ela apenas poderá ser resgatada
em novos encontros entre esses espíritos em vidas futuras, claro que vestindo
corpos diferentes.
Podemos justificar esse fato, lembrando que durante nossa
vida temos frequentes encontros e desencontros, com pessoas que, ou nos atraem
de uma maneira inexplicável, provocando uma certa aura de simpatia, ou nos
repelem, despertando-nos antipatia gratuita. Como explicar tais sentimentos por
pessoas que muitas vezes, acabamos de conhecer? Ou sequer conhecemos?
No caso
da Internet, muitas vezes alguém nos desperta profunda amizade, sem que saibamos
o porque, da mesma maneira que apenas lendo algo escrito, sentimos antipatia por
outras.
Podemos encontrar justificativas em fatos ocorridos em vidas
anteriores, e os espíritos se entendem, ou não, sem maiores justificativas.
Gosto de fulano, não gosto de sicrano... Por que será?
Assim é o amor. Não
existem razões plausíveis para o fato de amarmos determinadas pessoas, ou de
detestarmos outras.
Existem casos de pessoas de temperamentos totalmente
antagônicos, que teoricamente sequer poderiam estar perto, e que se amam,
unem-se, e vivem uma vida inteira de plena felicidade, apenas aceitando o
sentimento que vem lá de dentro, e que é mais forte do que a própria vida em si.
São experiências trazidas de vidas anteriores, e que precisam ser complementadas
ou resgatadas nesta passagem.
Assim como a aversão gratuita que sentimos por
alguém, quando até dizemos que “nossos espíritos não batem”, poderá ser algo
vindo de uma vida passada. Algum mal feito, e que provoca esse sentimento de
defesa, pois o débito ainda está latente. E muitas vezes o outro lado insiste na
amizade, procura por todas as maneiras agradar, sendo sempre repelido. É a
tentativa de um pedido de desculpas, que nosso espírito ainda recusa.
Durante
toda a vida soubemos de casos de pais e filhos que se amam muito, o que seria
normal.
Mas também sabemos de ódios totalmente inexplicáveis dentro de uma
família, causando sua desagregação total. A única explicação plausível é aquela
que vem de um lugar do passado.
O tema “vidas passadas” deve ser analisado
com total isenção de ânimo, para que se possa chegar a um julgamento correto,
mas os fatos em si já dizem alguma coisa em favor do assunto.
São coisas que
normalmente se atribuem a “coincidências”, ou ao famoso “não sei porque”, e que
podem perfeitamente encontrar explicação no plano espiritual.
Vidas passadas,
portanto, é algo para ser muito bem estudado, e já existe a respeito inclusive
opinião de alguns médicos que aceitam o assunto e o estudam.
Marcial Salaverry
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