16/05/2014

Falando sobre Radicais Livres


Muito se tem falado dos radicais livres e dos antioxidantes. Mas será que todas as pessoas sabem o que são eles? Porque os radicais livres são tão temidos e como os antioxidantes agem no sentido de combatê-los?

Este artigo tem como objetivo esclarecer o papel dos radicais livres no nosso organismo, o que fazer para minimizar seus efeitos e quais são as substâncias antioxidantes que podem ser utilizadas para neutralizar a ação dessas substâncias no nosso organismo.


Os radicais livres

Para entendermos o que são os radicais livres é necessário esclarecer que todas as células do nosso corpo necessitam constantemente de oxigênio para converter os nutrientes absorvidos dos alimentos em energia. Entretanto, a queima do oxigênio pelas células (oxidação) tem seu preço: libera moléculas de radicais livres que são instáveis e apresentam um elétron com carga negativa que tende a se associar muito rapidamente a outras moléculas de carga positiva com as quais pode reagir ou oxidar. Dessa forma, esses radicais podem danificar as células sadias do nosso corpo, sendo que o bombardeamento excessivo por essas moléculas danifica o DNA das células, bem como outros materiais genéticos.

Entretanto, as células do nosso corpo, expostas a dezenas de ataques de radicais livres por dia, têm enzimas protetoras que reparam 99% do dano por oxidação. Sendo assim, o nosso organismo consegue controlar o nível desses radicais produzidos através do metabolismo do oxigênio. Mas esse processo de oxidação que ocorre dentro do nosso corpo, devido aos processos metabólicos, não é a única fonte de radicais livres. Há fatores externos que podem igualmente contribuir para a formação de um excesso de radicais e que podem causar danos irreparáveis.

Entre as causas externas mais prováveis de formação de radicais livres no nosso corpo encontram-se:

- Poluição ambiental e gases de escapamentos de veículos;
- Raios X e radiação ultravioleta do sol;
- Fumo e fumaça de cigarro e o álcool;
- Resíduos de pesticidas;
- Substâncias tóxicas presentes em alimentos e bebidas (aditivos químicos, hormônios, aflatoxinas, etc);
- Stress e alto consumo de gorduras saturadas (frituras, embutidos, etc)

Ação dos radicais livres

Os radicais livres não devem ser considerados como bandidos que querem nos matar o tempo todo. Ao contrário, eles são muito úteis e nosso organismo não vive sem eles, pois são indispensáveis às nossas defesas contra as infecções, por exemplo. O que deve ficar claro é que o excesso dessas substâncias no nosso corpo é tóxico, é prejudicial para nossa saúde.

Quanto mais uma pessoa ficar exposta aos fatores externos que citamos anteriormente, maior é a quantidade de radicais livres que se acumulam no seu corpo. Com o tempo, esse efeito cumulativo pode causar alterações irreversíveis nas células ou mutações, que podem favorecer o aparecimento e o desenvolvimento de células cancerígenas.

A formação de radicais livres também está relacionada ao enfraquecimento do sistema imunológico e ao envelhecimento. Manchas pigmentadas na pele, rugas precoces, até distúrbios mais sérios como catarata, arteriosclerose, artrite, entre outras, têm sido atribuídos à ação dos radicais livres.

A comunidade científica reconhece que algumas doenças mais incapacitantes ou mortais são provocadas pela presença desses radicais. Na lista encontram-se desde o caso dos enfisemas, dos acidentes vasculares cerebrais, de certas afecções reumáticas, doença de Parkinson, mal de Alzheimer, entre outras.

A arma: os antioxidantes

Os antioxidantes são moléculas com carga positiva que combinadas com os radicais livres, de carga negativa, torna-os inofensivos. Portanto, essas substâncias teriam a capacidade de anular a ação de oxidação desses radicais, daí o nome antioxidante.

Os antioxidantes estão presentes nos alimentos e os mais importantes são:

- Vitamina C encontrada em grande quantidade nas frutas cítricas e vegetais verde escuros (laranja, limão, lima, acerola, caju, kiwi, morango, couve, brócolis, tomate, etc);
- Vitamina E encontrada principalmente no germe de trigo (fonte mais importante), óleos de soja, arroz, algodão, milho e girassol, amêndoas, nozes, castanha do Pará, gema, vegetais folhosos e legumes;
- Vitamina A encontrada principalmente em alimentos como a cenoura, abóbora, fígado, batata doce, damasco seco, brócolis, melão.
- Selênio, um mineral encontrado na castanha do pará, alimentos marinhos, fígado, carne e aves.
- Zinco, outro mineral encontrado principalmente nas carnes, peixes (incluindo ostras e crustáceos), aves e leite. Cereais integrais, feijões e nozes são também boas fontes.
- Bioflavonóides, substâncias ativas encontradas em frutas cítricas, uvas escuras ou vermelhas.
- Licopeno, substância ativa encontrada principalmente no tomate.
- Isoflavonas, substância ativa encontrada principalmente na soja.
- Catequinas, substâncias ativas encontradas principalmente em frutas da família do morango, uva e chá verde (green tea).


Portanto, uma alimentação rica em vegetais, incluindo frutas diversas, leguminosas, cereais e hortaliças é a melhor proteção contra os radicais livres. Inúmeros estudos mostram que os antioxidantes presentes nesses alimentos vegetais neutralizam a ação dos radicais livres diminuindo o risco de uma série de doenças, inclusive o envelhecimento precoce. Mas é importante que as pessoas evitem também os fatores externos causadores da formação de radicais e não ficar na dependência do uso de antioxidantes, já que esses são apenas um recurso da natureza, com funções bem definidas. E entre essas funções, não consta a capacidade de fazer milagres.

Faça do alimento o seu medicamento

Certas vitaminas, minerais e substâncias ativas encontradas nos alimentos são, portanto, excelentes antioxidantes que neutralizam a ação dos radicais livres. O consumo dessas substâncias fortalece nosso sistema imunológico, além de reduzir o risco de uma série de doenças. Veja o que acontece a uma maçã sem casca deixada ao ar livre: ela oxida e fica escura. A casca está para a maçã, assim como os antioxidantes estão para o nosso organismo. Mas uma coisa deve ficar clara: eles devem ser comprados na feira e não na farmácia, ou seja "faça do alimento o seu medicamento".


Fonte: Terapeuta Fernando Martins 

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